A reforma da BR-319 é inviável do ponto de vista econômico e ambiental, mas o governo bate pé pelo asfaltamento daquela ligação entre Porto Velho (RO) e Manaus (AM), abrindo as veias de uma das porções mais preservadas da Amazônia a tudo de bom que o Brasil vem oferecendo a suas matas nativas. A mais nova investida de setores arcaicos do governo é a tentativa de evitar até o licenciamento da possível pavimentação daqueles 400 quilômetros.
Por isso, ambientalistas estiveram hoje alertando senadores sobre essa possibilidade, aberta pela aprovação da Medida Provisória 452, que libera de licenciamento prévio reformas e pavimentação de estradas federais. A Amazônia ficaria de fora desse arranjo pró-desenvolvimentista, mas os ventos não são muito favoráveis. Um parecer do senador Eliseu Resende (DEM/MG) é favorável à MP, que depende agora de aval de seus colegas.
“Compartilhamos, portanto, a opinião emitida pela Câmara dos Deputados, no sentido de que a etapa preliminar do licenciamento ambiental, com a emissão da respectiva licença prévia, somente é cabível no caso de empreendimentos rodoviários novos”, diz o parlamentar.
Saiba mais:
Liberando geral nas rodovias
Crítica às estradas sem licenças
Ensaio sobre a miopia
Leia também
Entrando no Clima#40 – Florestas como forças de estabilização climática
Podcast de ((o))eco fala sobre como as florestas têm ganhado espaço nas discussões da COP 29 →
ONU espera ter programa de trabalho conjunto entre clima e biodiversidade até COP30
Em entrevista a ((o))eco, secretária executiva da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU fala sobre intersecção entre agendas para manter o 1,5ºC →
Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia
Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas →