![]() |
O Parque Municipal da Catacumba está no coração da zona sul carioca com a privilegiada vizinhança da Lagoa Rodrigo de Freitas, e é por lá que passa a Transcarioca, no trecho que dará continuidade à trilha que desce no Parque Lage e segue pelo asfalto até a entrada do Parque, na Avenida Epitácio Pessoa, 3000. Do Catacumba, o percurso continua no sentido Morro da Saudade e São João. Essa ligação entre a Catacumba e o Morro não existia até recentemente e ainda necessita de um extensivo trabalho de manejo e sinalização até que fique apta para o uso público.
O trecho que fica dentro da Catacumba em contrapartida, está em excelentes condições e é fácil de ser percorrido. Além disso, há infraestrutura para servir como ponto de apoio aos excursionistas, com lanchonete, sombra e água fresca.
A história da Catacumba
Pela trilha há painéis que contam um pouco mais sobre o Parque da Catacumba, que está relacionada à remoção da favela de mesmo nome, no começo da década de 70, que ocupava a encosta do morro. Para evitar uma possível reocupação, o prefeito da cidade na época, Marcos Tamoyo, investiu na recuperação florestal da área e na implantação de um parque com obras de arte que se integrasse à paisagem. O Parque Municipal da Catacumba foi inaugurado em 1979. |
O percurso é parte do circuito interno do Parque da Catacumba e pode ser feito em menos de uma hora, sem precisar de grandes fôlegos. Em compensação, talvez os mirantes no trajeto possam roubar o ar dos seus pulmões por alguns instantes enquanto você pensa, pela enésima vez, em como o Rio de Janeiro consegue ser tão lindo.
O primeiro deles é o Mirante do Sacopã. Com uma vista que vai da lagoa ao oceano, o Cristo Redentor abre os braços lá de cima para receber os visitantes em sua cidade e pedir que não se acanhem diante de tanta beleza. Para conferir o outro lado do cartão postal bastam 10 minutos para chegar no Mirante da Pedra do Urubu, local de onde foi possível ver a árvore de Natal ainda montada no centro da Lagoa, além do entorno completo da região e o Morro da Saudade, logo em frente.
A Transcarioca irá descer nesse ponto, para chegar ao Morro da Saudade. Essa parte do passeio fui obrigada a percorrer de carro, já que a ligação entre os dois foi feita apenas posteriormente a minha aventura por lá.
Retomo a trilha numa entrada para a floresta, nas costas de uma casa, na comunidade dos Cabritos. Um acesso desconhecido de uma área pouco valorizada, principalmente pela proximidade com a favela, mas que agora, em tempos de pacificação, passa a ganhar novas cores e importâncias.
![]() |
Esse trecho não é necessariamente o caminho oficial que será adotado pela Transcarioca, e é percorrido com alguma dificuldade. Um lixão logo no começo evidencia a necessidade de investir na recuperação dessa área. São cerca de 40 minutos de subida íngreme, guiada por um antigo morador, Ismael, que se esforça para preservar esse patrimônio natural. O cume, infelizmente, está muito encoberto para possibilitar uma vista do que é um ponto privilegiado, entre a praia e a Lagoa. Pelas brechas nas copas das árvores vislumbro pedaços de azul, e faço na memória a paisagem que sei que existe por detrás da folhagem.
Não há dúvidas quanto ao potencial do Morro da Saudade, resta esperar pelos esforços da Transcarioca que pretende não só transformá-lo em um novo ponto de interesse turístico, mas recuperá-lo e preservá-lo.

Leia também

Destruição de caverna em Minas Gerais alerta para falhas no licenciamento
Mineradora soterrou, sem autorização, uma caverna na comunidade Botafogo, no município de Ouro Preto, no final de março. Denúncia foi feita pela Sociedade Brasileira de Espeleologia →

O que é a COP?
A Conferência das Partes sobre Clima, promovida pela ONU, reúne países para monitorar avanços e negociar acordos no enfrentamento às mudanças climáticas →

Participação feminina na conservação é tema de publicação e podcast
Além de entrevistas com mulheres à frente da conservação, conteúdos trazem caminhos para aumentar o papel feminino nas Unidades de Conservação e seus conselhos →