As audiências públicas realizadas para o licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte são insuficientes. A decisão da Justiça Federal em Altamira anunciada hoje foi baseada em pedido do Ministério Público Federal e Estadual do Pará. Assim, o licenciamento da polêmica usina é interrompido até que sejam promovidas novas reuniões, como têm pedido a população, entidades civis e pesquisadores.
Em sua decisão, o juiz Edson Grillo descartou alegações do Ibama e da Eletronorte, de que as quatro audiências feitas até agora são suficientes. A obra atingirá algumas localidades distantes centenas de quilômetros das sedes municipais.
“A audiência pública não pode ser considerada, como sustentam os requeridos, mero ato ritualístico encartado no procedimento de licenciamento ambiental. Deve ostentar a seriedade necessária, a fim de que possa fielmente servir à finalidade para a qual foi criada que, no caso presente, é informar custos, benefícios e riscos do empreendimento, propiciando o debate franco e profundo com as populações envolvidas”, escreveu.
O governo havia marcado o leilão do empreendimento para 21 de dezembro.
Saiba mais:
Da inviabilidade de Belo Monte
Belo Monte, goela abaixo não
Carnaval na floresta
Leia também

Associação Rede Brasileira de Trilhas elege nova presidência
Nova diretoria-executiva para o biênio 2025-2027 terá como presidente Júlio Meyer, gestor de unidades de conservação estaduais do Pará →

Entidades criticam pessoas morando e caçando em parques e outras unidades de conservação
Manifesto reuniu mais de 100 assinaturas. Reservas naturais como os Parnas Guaricana e da Serra do Itajaí também serão alvos de acordos entre autarquias federais →

A conservação do tamanduá-mirim no Pantanal passa pela proteção ao tatu-canastra
Pesquisa inédita revela hipótese de que as tocas deixadas pelos tatus servem não apenas de abrigo, mas também de ponto de alimentação para os tamanduás →