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As aves da Chapada dos Guimarães

Balanço aponta 393 aves na região daquele parque nacional, criado em 1989. Pelo menos 24 outras espécies podem ter sido extintas, inclusive com captura e degradação ambiental.

Salada Verde ·
13 de abril de 2009 · 16 anos atrás
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Duas décadas após a criação do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PNCG), no Mato Grosso, um estudo recém publicado por uma dezena de pesquisadores na revista do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) traz um apanhado do conhecimento ornitológico (sobre aves) regional, apontando registros de 393 espécies. Amostras da riqueza do Cerrado quando preservado e sinalização clara da função conservacionista de áreas de proteção integral.

Tão relevante quanto o estudo, que denotou boa saúde do meio ambiente protegido dentro do parque, é descobrir que pelo menos 24 espécies podem estar extintas na região. Entre os motivos apontados pelos pesquisadores para o sumiço daquelas aves, estão a destruição de grandes extensões de campos por plantações e pastagens comerciais e captura por criadores clandestinos.

Os autores são bem claros: “Uma série de ameaças sentidas no PNCG e no seu entorno intensificaram-se a partir dos anos 1970?80. A maior parte destes problemas tem origem relacionada à situacao fundiária do parque, pois cerca de 65% de sua área ainda não foi desapropriada, o que causa conflitos com proprietários de terra da região. Fora dos limites do PNCG, os principais problemas encontrados são as extensas monoculturas de soja, algodão (…) e eucalipto (…). Já os vales chapadenses têm tido suas matas substituídas por atividades agropecuárias, com destaque para a horticultura.

Além disso, o loteamento destes vales para a implantação de casas de veraneio ou de produção, valorizados pelo solo rico e abundância de água, fragmenta sua vegetação, restando atualmente poucos lugares com florestas primárias. Somam-se a estas atividades nocivas o garimpo de diamantes no alto da Chapada, a destinação imprópria dos resíduos sólidos, o não tratamento de esgoto, o turismo desordenado e as extensas queimadas observadas no final da estação seca, justamente durante o período de reprodução da maioria das espécies de aves”.

Confira aqui o estudo Aves da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil: uma síntese histórica do conhecimento

Saiba mais:

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Da horta urbana para o prato
Um tempo à Chapada dos Guimarães

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