O fim de semana não começou com grandes promessas. Depois de intermináveis horas de chuva e engarrafamentos dentro de um ônibus entre Brasília e a mineira Alto Caparaó, a neblina ainda subia espessa pelas serras, espalhando o chuvisqueiro sobre os 3,7 quilômetros de trilha até o Terreirão. No local fica o acampamento-base para se alcançar o terceiro ponto mais alto do Brasil, e um dos mais facilmente acessíveis.
Complicando o panorama, a noite de sábado trouxe chuva forte. Mas, ao acordarmos, passando pouco das duas da manhã, São Pedro havia dado uma trégua e partimos para vencer mais 3,2 quilômetros a pé, rompendo o breu da noite com as lanternas de cabeça. Por volta das cinco da madrugada, finalmente pisamos nos 2.892 metros do pico da Bandeira. Um pouco do espetáculo do sol nascente você vê nas imagens acima.
O cume fica dentro do Parque Nacional do Caparaó, entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, onde no século dezenove Dom Pedro II mandou cravar uma bandeira, pensando se tratar do local mais alto do país. A serra do Caparaó é uma espécie de prolongamento da Serra da Mantiqueira, outro grande atrativo para aventureiros. A região hoje muito aproveitada para o turismo e cultivo de café foi no passado palco da guerrilha do Caparaó, movimento esquerdista armado que bateu de frente com o regime militar, até ser defenestrado.
Criado em 1961, o parque tem hoje infraestrutura incomum para unidades federais de conservação, contando com sede, portaria, caminhos calçados onde é necessário, trilhas sinalizadas, banheiros (imundos no feriadão) com chuveiros e até serviços de transporte com jipe e mulas. Mais informações sobre a área protegida, aqui.
Leia também
Filme posiciona os animais como vítimas invisíveis da crise climática
Produção ressalta que conservar a natureza é o melhor caminho para amenizar novas tragédias causadas por eventos extremos →
Brasil ganha marco pioneiro sobre translocação de animais voltada para conservação
Publicação da Rede Brasileira de Translocações para Conservação (RBTC) traz diretrizes e guia prático para desenvolver ações de manejo de fauna no país →
A última rodada de negociações do Tratado de Plásticos começou. E o que isso tem a ver com a Amazônia?
Reunidos na Coreia do Sul, 175 países precisam decidir o que será feito para combater a poluição plástica no planeta, enquanto os impactos já são sentidos na saúde humana, animal e ambiental →