Notícias

Google Earth:monitoramento em tempo real

Novo sistema permite processamento de bancos de dados em segundos e deve ajudar no combate ao desmatamento.

Gustavo Faleiros ·
5 de dezembro de 2010 · 14 anos atrás
Google Earth Engine mostra o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon (foto: reprodução http://earthengine.googlelabs.com/)
Google Earth Engine mostra o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon (foto: reprodução http://earthengine.googlelabs.com/)

A Google lançou oficialmente na última quinta (03) durante a 16a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Cancún, no México, uma nova ferramenta que poderá ser utilizada para monitorar mudanças ambientais de larga escala. O Google Earth Engine, como foi chamado o sistema, usa o já conhecido globo virtual Google Earth como base onde podem ser visualizados bancos dados com imagens de satélite de 1985 até os dias de hoje. O  interessante é que estas imagens vão continuar sendo atualizadas e poderão ser constantemente comparadas com os registros anteriores.

Aliás este é o grande salto permitido pelo Google Earth Engine: ele consegue analisar bases dados gigantescas em poucos segundos e de maneira acessível aos leigos. Alguns bancos de dados já estão disponíveis para serem usados pelo público. Um deles é o do Sistema de Alerta de Desmatamento, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon. O pesquisador Carlos Souza Jr., criador da metodologia usada pelo Imazon para a análise de imagens da Amazônia, trabalhou durante o ano de 2010 em parceria com a Google para disponibilizar o modelo na nova ferramenta. Há cerca de um ano, quando a empresa americana anunciou o desenvolvimento do Google Earth Engine, ((o))eco fez uma entrevista com Souza Jr, na qual ele explica com bastante clareza como vai funcionar o instrumento. Veja vídeo abaixo.

O monitoramento de desmatamento em tempo real é uma das ambições mais imediatas dos criadores do Google Earth Engine. O projeto piloto para esta experiência inclusive está sendo feito no Brasil, com os índios Suruí, da Terra Sete de Setembro, em Rondônia. O chefe da tribo, Almir Suruí, ganhou as páginas de jornal do mundo inteiro ao pedir ao Google que lhe ajudasse a combater o roubo de madeira nas terras de seu povo. O braço filantrópico do Google Earth aceitou o desafio e, agora, espera que os próprios suruí possam quantificar o carbono presente em suas florestas para criarem um projeto de REDD (Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação Florestal). Na Terra Sete de Setembro, a mensuração de carbono tem sido feita em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM) com a utilização do CLASLite, metódo desenvolvido pelo Carnegie Institution for Science. O vídeo abaixo, produzido pela Google, dá mais detalhes de pretendem utilizar o Google Earth Engine na terra indígena.


COP16 – Projeto Carbono Suruí e lançamento do Google Earth Engine from Idesam on Vimeo.

Links para saber mais
Google Earth Engine
I
mazon – Sistemas de Alerta de Desmatamento
IDESAM – Projeto Carbono Suruí
CLASLite -Carnegie Institution for Science
Google Earth Solidário

Especiais de ((o))eco feitos com Google Earth
Desmatamento em Rondônia 
Canastra, parque ameaçado
Um voo pela Baixada Santista
Àreas protegidas livres de desmatamento
As UCs mais queimadas do Brasil

  • Gustavo Faleiros

    Editor da Rainforest Investigations Network (RIN). Co-fundador do InfoAmazonia e entusiasta do geojornalismo. Baterista dos Eventos Extremos

Leia também

Reportagens
21 de novembro de 2024

As trilhas que irão conectar as Américas

Primeiro Congresso Pan-americano de Trilhas acontecerá em 2025, em Foz do Iguaçu (PR). Anúncio foi feito no 3° Congresso Brasileiro de Trilhas

Podcast
20 de novembro de 2024

Entrando no Clima#39 – Lobistas da carne marcam presença na COP29

Diplomatas brasileiros se empenham em destravar as negociações e a presença de lobistas da indústria da carne nos últimos dias da COP 29.

Reportagens
20 de novembro de 2024

Pelo 2º ano, Brasil é o país com maior número de lobistas da carne na COP

Dados obtidos por ((o))eco sobre levantamento da DesMog mostram que 17,5% dos lobistas do agro presentes na COP29 são brasileiros

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.