Fotografia

Mamirauá: paisagens de uma floresta alagada

Região regida pelo ciclo das águas, a várzea chegar a ter uma variação do nível de água que pode atingir até 12 metros de altura.

Enrico Marone ·
18 de setembro de 2012 · 13 anos atrás

Normalmente trabalhando mais próximo ao litoral, para mim foi uma descoberta poder conhecer a Reserva Mamirauá, tanto pela sua particularidade de ecossistemas e biodiversidade quanto pelo sua bem-sucedida experiência de conservação ambiental no Brasil. Em nossa expedição pelo rio Solimões, pudemos nos deparar com diferentes paisagens, ecossistemas e comunidades.

Depois de realizar um trabalho de documentação na Terra Indígena do Vale do Javari, eu e meu irmão, Bruno Marone, zarpamos de Tabatinga, na tríplice fronteira onde o Brasil faz divisa com Colômbia e Peru, em direção ao médio Solimões. Foram três dias e duas noites no barco Recreio até chegar em Alvarães. De lá, seguimos até Tefé, a porta de entrada para a reserva.

Recebidos pelo pessoal do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, fomos para a pousada flutuante Uacari. Aqui, o bem estruturado ecoturismo oferece um inesquecível contato do visitante com a floresta, seus animais e habitantes.

Criada como Estação Ecológica em 1990, Mamirauá foi transformada numa inédita categoria de unidade de conservação em 1996: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Mamirauá tornou-se então uma referência exitosa do manejo sustentado dos recursos naturais com ampla participação das comunidades locais.

Região regida pelo ciclo das águas, a várzea muda completamente durante as estações seca (julho a outubro) e chuvosa (dezembro a março), já que a variação do nível de água pode atingir até 12 metros de altura. Esta inundação anual é um fator decisivo para a formação do ecossistema da várzea e da necessidade de adaptação da fauna e flora locais para sobreviver. Vir a conhecer outras situações da floresta alagada é mais um motivo para querer voltar a Mamirauá.

  • Enrico Marone

    Enrico Marone é formado em oceanografia e fotógrafo reconhecido por retratar a zona costeiro-marinha. Preocu...

Leia também

Salada Verde
28 de março de 2025

Associação Rede Brasileira de Trilhas elege nova presidência

Nova diretoria-executiva para o biênio 2025-2027 terá como presidente Júlio Meyer, gestor de unidades de conservação estaduais do Pará

Notícias
28 de março de 2025

Entidades criticam pessoas morando e caçando em parques e outras unidades de conservação

Manifesto reuniu mais de 100 assinaturas. Reservas naturais como os Parnas Guaricana e da Serra do Itajaí também serão alvos de acordos entre autarquias federais

Notícias
28 de março de 2025

A conservação do tamanduá-mirim no Pantanal passa pela proteção ao tatu-canastra

Pesquisa inédita revela hipótese de que as tocas deixadas pelos tatus servem não apenas de abrigo, mas também de ponto de alimentação para os tamanduás

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.