Os ciclos de cheia e seca dos rios do amazonas são fenômenos naturais que acontecem todos os anos na região. Nem por isso deixam de impressionar mesmo quem já os conhece.
Cheguei à Manaus em 2009, ano em que tivemos uma das maiores cheias já registradas. Supreendentemente, ela foi superada pela cheia de 2012. Na época, não imaginava ver tão cedo este fenômeno, de novo com tamanha intensidade, pois o recorde anterior havia sido em 1953.
Já entre as secas, sobressaiu-se a do ano de 2010, que ultrapassou os números da grande estiagem de 2005.
Os ciclos parecem ser cada vez mais intensos, o que desperta curiosidade, dúvida e medo em quem convive diariamente com estes fenômenos.
Trabalhar no Amazonas é sinônimo de grandes fotos, mas para obtê-las é preciso se preparar. Voos para cidades do interior são raros e, com frequência, caros. A outra opção é chegar pelos rios, mas viagens de barco normalmente duram dias. Qualquer deslocamento pede uma afinada programação.
Foi gratificante desenvolver este ensaio, que denominei como “Ciclo das Águas”. Ele serve como um marco de auto avaliação, pois acredito que este trabalho está longe do fim.
Nosso planeta está em um processo de mudança e estes fenômenos são o seu termômetro. Aqui nos rios do estado do Amazonas, sentimos a cada ciclo o impacto do aquecimento global. Somos testemunhas de mudanças climáticas, acredito. Elas nos surpreendem a cada ano.
Bruno Kelly é natural de São José dos Campos (SP), tem 28 anos e se formou em Jornalismo pela Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP em 2008. Teve uma passagem pelo jornal Valeparaibano e colaborou com as agências Estado e Folhapress. Está em Manaus desde 2009, onde trabalha no Jornal A Crítica. No Amazonas, Bruno ainda desenvolve trabalhos para o GreenPeace e para agências internacionais, como Reuters e AP. Em 2010, foi vencedor do prêmio Jornalistas e Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade, na categoria Regional. |
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