Todos anos, entre os meses de junho e outubro, milhares de baleias jubarte nadam ao longo do litoral da Bahia, principalmente ao redor das águas do arquipélago dos Abrolhos. A presença massiva dessas criaturas gigantes – com até 16 metros e 40 toneladas – se revela em aparições tão furtúitas quanto emocionantes: a força da nadadeira caudal exposta antes do mergulho , os borrifos da respiração, partes da cabeça e do corpo. E grandes saltos , o ápice do exibicionismo a associado `a espécie. Mas as reais dimensões de uma jubarte só podem ser sentidas de dentro de seus domínios submarinos. Alí, no silêncio da imensidão azul e cristalina do oceano aberto, o corpo colossal outrora associado a mitológicos mostros marinhos revela os contornos elegantes e os movimentos delicados de um mamífero totalmente adaptado `a vida na imensidão fluida e salgada do planeta.
O projeto Monitoramento de Baleias por satélite resolveu um enigma que intrigava os cientistas havia muitos anos: para onde exatamente vão as jubartes da população brasileira durante o verão? Em 2003, uma baleia monitorada por satélite trouxe a resposta: as áreas de alimentação localizam-se ao largo das ilhas subantárticas da Georgia do Sul e Sandwish do Sul.
Foto: Luciano Candisani Na imensidão azul e cristalina do oceano, uma jubarte fêmea desloca seu corpo colossal com elegância e delicadeza, seguida de perto por seu filhote. Após o nascimento, o filhote fica sob os cuidados da mãe durante um ano.
Foto: Luciano Candisani As jubartes saltam com frequência. O significado desse comportamento, porém, ainda não é totalmente compreendido, mas parece estar ligado à comunicação à longa distância. Os sulcos visíveis na porção ventral, na parte correspondente à garganta do animal, são dobras do tecido que proporcionam elasticidade à pele.
Foto: Luciano Candisani A exposição prolongada da nadadeira caudal é um dos comportamentos das jubartes ainda não totalmente compreendidos pelos cientistas.
Foto: Luciano Candisani A foto-identificação das jubartes através de coleções de fotografia da nadadeira caudal é um instrumento importante no estudo da espécie.
Foto: Luciano Candisani A jubarte tende a aproximar-se bastante da costa. Em alguns pontos do litoral baiano, com pouco vento e mar liso, podem ser avistadas a partir da costa.
Foto: Luciano Candisani Um grupo de jubartes em deslocamento em águas oceânicas, aparentemente já deixando o litoral da Bahia para uma longa jornada rumo ao oceano Austral.
Foto: Luciano Candisani Das grandes baleias da família dos rorquais, a jubarte é a que mais se mostra acima da superfície. Exposição da nadadeira caudal e da cabeça estão entre as avistagens mais corriqueiras.
Foto: Luciano Candisani Com movimentos vigorosos e grande deslocamento de água, uma jubarte fêmea tenta evitar o assério de um macho. Em uma subida normal à superfície, elas quase não agitam a água.
Foto: Luciano Candisani O momento da marcação com a vara de Villum: estudos da tese de mestrado do biólogo Luiz Claudio Pinto de Sá Alves mostram que as jubartes não reagem à fixação do transmissor. A bióloga Natália dos Santos Maamede continua essa linha de pesquisa.
Foto: Luciano Candisani O borrifo da respiração é, desde tempos imemoriais, o sinal da presença de baleias junto a superfície.
Foto: Luciano Candisani
O fotojornalista Luciano Candisani, da national Geographic Brasil e International League of Conservation Photographers –ILPC passou 8 dias no mar, em setembro de 2009, para documentar a vida das Jubartes no Brasil e os esforços de pesquisa para a conservação da espécie.