No momento, o nível de secura do ar exige-nos um total estado de alerta contra a ameaça que o fogo impõe à nossa região, o Cerrado. Mesmo que contando com tanta e bem distribuída água, ficamos expostos à propagação resultante do forte vento que sopra nesta estação.
Nossos aceiros têm o dobro da largura dos da região e o capim que cresce à beira da estrada é, periodicamente cortado para não facilitar o alastramento de fora para dentro da propriedade. São medidas preventivas que, nesses tempos de fumaça densa, tem nos garantido a saúde das florestas e das fontes.
Parte dessa preocupação deve-se ao fato de que as nossas surgências (fontes captadas) dependem da proteção da camada vegetal nativa que cobre o solo e, a melhor maneira de impedir que o fogo se propague sobre uma savana naturalmente inflamável é com a preservação de floresta úmida e compacta.
Com a acelerada e descontrolada expansão populacional e agropecuária no Centro Oeste não nos deixa dúvida de que uma tragédia de grandes proporções encontra-se em curso. |
Quando não se respeita a obrigatoriedade de se preservar 35% da vegetação nativa, o resultado dessa irresponsabilidade que os olhos não vêem, mas sentem com a fumaça é o contínuo e inexorável rebaixamento do lençol freático da região.
Com a acelerada e descontrolada expansão populacional e agropecuária no Centro Oeste não nos deixa dúvida de que uma tragédia de grandes proporções encontra-se em curso – OS INCÊNDIOS INCONTROLÁVEIS E A DESERTIFICAÇÃO DO SOLO DA SAVANA MAIS RICA DO PLANETA.
Para não comprometermos o sucesso comercial de quem empreende a exploração e produção da nossa lavra, temos o dever de manter o compromisso de preservar a vegetação do Cerrado dentro e no entorno da área de sua proteção.
Por esta razão, insisto que não tem a menor graça montar uma fábrica, projetada para receber 40 mil l/h e, tempos depois, ter que comprar caminhões pipa para tocar a linha de produção.área de sua proteção. Devemos ampliar nossos esforços no sentido de viabilizarmos barreiras de vento através de plantação ao longo das cercas que margeiam a parte mais alta da fazenda como, também, alargarmos as estradas desse setor, pavimentando-as com nosso cascalho.
Qualquer sugestão para aplacarmos a fúria do fogo criminoso provocado por esse povo primitivo e selvagem é bem vinda. Se vivesse na Suécia estaria, provavelmente, em cadeia nacional (TV) promovendo uma caçada, sem trégua a esses irresponsáveis. Aqui? Nem o Corpo de Bombeiro atende ao nosso chamado. Quem com fogo fere será ferido? Aqui? Duvido, nem chamuscado fica. Pobre país que adora soltar balões!
Devem estar se perguntando o por quê dessa indignação. Ontem, quando meu gerente compareceu à delegacia de polícia para prestar esclarecimento sobre uma chuva que há 4 anos provocou o deslizamento de um pequeno barranco na margem de um pequeno lago na fazenda, coincidentemente, o fogo irrompeu e devastou os nossos bosques de ipês plantados por nós. Como o responsável capacitado para as ações de defesa da fazenda estava fora e ocupado com a inútil, dispendiosa e nojenta burocracia coercitiva, não deu outra: a bandidagem aproveitou a oportunidade e tascou fogo em tudo.
Conclusão: cada vez, fica mais difícil trabalhar por aqui. As forças das trevas estão crescendo. E o ninho da serpente, cada vez maior e mais protegido.
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