Pesquisadores que estão há décadas debruçados sobre a composição dos poluentes que agravam o efeito estufa divulgaram no final de outubro na revista Science que a emissão de alguns desses gases pode indiretamente afetar a quantidade de outros. E para dois poluentes em específico, essas interações de aerossóis podem amplificar seus impactos. Drew Shindell, cientista do Instituto de Estudos Espaciais Goddard, da NASA, assina o artigo atestando que o metano e o monóxido de carbono têm um impacto mais poderoso no aquecimento do que se imaginava. A equipe de Shindell monitorou sulfatos e nitratos e descobriu que quanto mais metano na baixa atmosfera, há menos sulfatos e mais aquecimento, entre outras interações pesquisadas.
Tradicionalmente, os pesquisadores avaliam o impacto de gases de efeito estufa estudando sua concentração na atmosfera com ajuda de satélites e extrapolam suas medidas para chegar a uma estimativa global. Hoje, os tratados internacionais para tentar controlar as emissões seguem essa metodologia, que, segundo os autores do estudo, subestima as contribuições do metano e do monóxido de carbono. Por isso, eles orientam que o foco das discussões deva deixar de ser o dióxido de carbono e recomenda que as propostas para reduzir o metano devam ser a chave dos novos acordos sobre mudanças climáticas.
Leia também

Destruição de caverna em Minas Gerais alerta para falhas no licenciamento
Mineradora soterrou, sem autorização, uma caverna na comunidade Botafogo, no município de Ouro Preto, no final de março. Denúncia foi feita pela Sociedade Brasileira de Espeleologia →

O que é a COP?
A Conferência das Partes sobre Clima, promovida pela ONU, reúne países para monitorar avanços e negociar acordos no enfrentamento às mudanças climáticas →

Participação feminina na conservação é tema de publicação e podcast
Além de entrevistas com mulheres à frente da conservação, conteúdos trazem caminhos para aumentar o papel feminino nas Unidades de Conservação e seus conselhos →