Notícias

Carnaval é ruim para o meio ambiente

Atrás do glamour dos desfiles esconde-se total falta de gestão. Escolas do Rio jogam no lixo entre R$1,92 e R$3,84 milhões em materiais após uso.

Redação ((o))eco ·
12 de fevereiro de 2010 · 16 anos atrás

A maior festa coletiva do Brasil, que começa oficialmente hoje na maioria das cidades, é insustentável do ponto de vista ambiental, além de deficitária na área econômica. Essa é conclusão de um estudo realizado pelo Sebrae com escolas do grupo de acesso do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento da entidade, a preocupação ambiental ainda não foi incorporada nas ações dos grupos, o que resulta no desperdício de materiais, no uso de produtos de difícil reciclagem, como o isopor, e nos de alta toxidade, como algumas tintas.

Segundo Heliana Marinho, gerente da Área Econômica Criativa do Sebrae, não existem levantamentos de quantas toneladas de produtos – entre fantasias, adereços e componentes de carros alegóricos – vão para o lixo, o que é mais um reflexo da falta de gestão, mas sabe-se que esse número não é pequeno. Uma escola do grupo de acesso, por exemplo, gasta entre 3 e 6 milhões de reais para colocar a escola na avenida. Cerca de 80% de todo esse valor é destinado à compra de insumos, o que representa um montante entre 2,4 e 4,8 milhões. No final, também cerca de 80% de todo esse material vai diretamente para o lixo comum após os desfiles.

Vila Isabel é única escola do grupo de acesso do Rio que pensa no meio ambiente, diz Sebrae. Escola durante desfile em dezembro 2009 Foto: Divulgação

Em outras palavras, todos os anos, as escolas do grupo de acesso do Rio de Janeiro jogam literalmente no lixo entre 1,92 e 3,84 milhões de reais. Péssimo para o bolso e para o meio ambiente. “Quando acabam os desfiles, começa o problema. A grande maioria dos materiais [utilizados] não permite desmonte, vão direto para o lixo, e as escolas não sabem estocar. Não precisa ser especialista para ver a quantidade de lixo que é gerada”, disse Heliana, em entrevista a O Eco. Segundo ela, a única escola que já começou a se preocupar com o assunto é a Vila Isabel.

Quando apenas o lado econômico é levado em conta, se sobressai novamente a falta de gestão: as contas não fecham. “O carnaval é muito intuitivo. Falta, primeiro, um grande trabalho de base”, diz Heliana. Para resolver o problema, o Sebrae desenvolve um trabalho com 40 escolas do grupo de acesso para tentar delinear planejamentos estratégicos. O objetivo é que, em 2011, o carnaval se torne uma festa um pouco melhor, do ponto de vista econômico e ambiental.

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 5

  1. sua bunda! diz:

  2. vai tomar no cu diz:

  3. nao sei diz:

    opaa 2020 bateu na porta pedindo atualização!


  4. Azrael diz:

    Mudou alguma coisa desde 2010 ?


    1. naoquerofalrmeunome diz: