“Nossa área de monitoração desses animais é dividida em duas partes. Uma que compreende o sul da Bahia vai até o norte do Espírito Santo e outra que começa no litoral norte do estado baiano até a Baía de Todos os Santos, em Salvador. Cobrimos um total de 520 km”, explica Milton Marcondes, médico-veterinário do Instituto Baleia Jubarte.
As causas para os encalhes são muitas. Os cetáceos podem ser atingidos por embarcações ou caírem nas redes dos pescadores artesanais. A preocupação também se dá porque os meses característicos destes eventos são agosto e setembro. E segundo o veterinário, outra hipótese é o crescimento das baleias que visitam nossas águas. Hoje, estima-se em 9 mil a população de jubarte que faz a rota Brasil-Antártida. “Ainda não temos certeza que seja só o crescimento da população dessa espécie do cetáceo. Isso porque no ano passado a Austrália registrou um aumento muito grande de encalhes. De 3 a 5 por ano, passou a ter 47 na sua costa oeste. Estamos em contato com eles para saber se existe relação entre o ocorrido aqui no Brasil”, revela Marcondes.
Para ajudar na descoberta do que leva a esse crescimento de encalhes, o Programa de Resgate recebe ligações 24 horas por dia para ir ao encontro dos animais que estão agonizando ou já em decomposição. A equipe de quatro técnicos pode demorar até quatro horas para chegar ao local do acidente, mas Marcondes dá dicas de como a população deve proceder nesses casos. “Ao virem uma baleia ou golfinho encalhados, vivos ou mortos, as pessoas podem nos ligar para que possamos nos deslocar até a praia onde está o bicho. Se ele estiver vivo, passamos a orientação de manter o animal sempre molhado e colocar um lençol para protegê-lo de queimaduras do sol. Mas se o animal estiver morto recomendamos que não mexam nele, para preservar a saúde dos moradores até que cheguemos,”, orienta.
Programa de Resgate tem duas bases e as ligações também podem ser feitas a cobrar.
Praia do Forte: (71) 3676-1463 e (71)8154-2131 (Para o Norte da Bahia até Salvador)
Caravelas: (73) 3297-1340 e (73) 8802-1874 (Do sul da Bahia até o norte do Espírito Santo)
Leia também
A divulgação é o remédio
Na década de 1940, a farmacêutica Roche editou as Coleções Artísticas Roche, 210 prospectos com gravuras e textos de divulgação científica que acompanhavam os informes publicitários da marca →
Entrevista: ‘É do interesse da China apoiar os planos ambientais do Brasil’
Brasil pode ampliar a cooperação com a China para impulsionar sustentabilidade na diplomacia global, afirma Maiara Folly, da Plataforma CIPÓ →
Área de infraestrutura quer em janeiro a licença para explodir Pedral do Lourenço
Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, peixes endêmicos e ameaçados de extinção serão afetadas pela obra, ligada à hidrovia exportadora →