Vinte anos de expedições, algumas delas aos lugares mais remotos do planeta, realizadas pela Conservação Internacional podem ser conhecidas no livro Still Counting… Biodiversity Exploration for Conservation: The First 20 Years of the Rapid Assessment Program, lançado recentemente nos Estados Unidos, mas ainda sem uma edição em português. Editado pela entomóloga, Leeane Alonso, que há 13 anos dirige o programa, a publicação trás em 316 páginas, as conquistas destas duas décadas de pesquisas, por meio de histórias, relatórios, guias e mais de 400 fotos de espécies raras do mundo todo.
Graças ao programa, o tempo necessário para avaliar o estado de conservação de ecossistemas foi reduzido a uma fração do que antes era necessários. Nas expedições realizadas pela Conservação Internacional, equipes de 10 a 30 cientistas de diversas áreas fazem um grande esforço de quatro a seis semanas em campo, passando de cinco a sete noites em cada ponto de estudos escolhido. Os locais para as pesquisas são escolhidos com base em análises de imagens de satélite, fotografias aéreas e sobrevoos. São selecionadas regiões com grande diversidade biológica e endemismos. Nestas expedições, o trabalho não é fácil. Às vezes é preciso fazer escaladas que duram dias, em montanhas íngremes no meio de florestas úmidas.
Segundo a CI, existem atualmente 1,9 milhões de espécies de animais documentadas, mas estima-se entre 10 e 30 milhões de espécies existentes ainda não foram descobertos e descritos pela ciência. A RAP tem contribuído para que muitas destas espécies sejam conhecidas antes de desaparecerem e possam ser realizados esforços para evitar a extinção. Desde o lançamento do programa 1300 espécies novas para a ciência foram encontradas, mas de 500 delas já foram descritas formalmente por taxonomistas. Para a coordenadora do programa RAP, registrar e publicar a existência aumenta dramaticamente a chance de sobrevivência da espécie.
Desde o lançamento do RAP, em 1990, já foram realizadas 80 expedições em 27 países, em ambientes terrestres, marinhos e de água doce. Cinco milhões e trezentos mil dólares foram investidos em comunidades e economia locais, em financiamentos dentro dos países. E graças aos resultados obtidos, mais de 200 mil Km² de áreas de protegidas foram criadas, expandidas ou receberam melhorias. A celebração destes 20 anos, inclui também a escolha das 20 “Estrelas do RAP”, selecionadas entre espécies surpreendentes, únicas ou ameaçadas do ponto.
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