O caminho da eficiência energética é rico em trilhas e inventores. O programa de design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por exemplo, tratou de criar o curso Light Design, ministrado por 2 professores: um abordava o tema pela ótica da eficiência energética e outro tratava dos desafios do desenho industrial. As aulas influenciaram Alberes Vasconcelos, designer, a desenvolver e executar uma proposta de luminária pública, que fosse ao mesmo tempo viável e sustentável.
O modelo de Alberes utiliza lâmpadas LED que acendem com energia gerada por placas fotovoltaicas, montadas em uma estrutura de aço. “O material permitiu chegar ao melhor custo-benefício”, disse o designer. O protótipo desenvolvido possui uma placa fotovoltaica de 70W que capta a luminosidade do sol e a transforma em energia, armazenada, então, em uma bateria. As doze lâmpadas de LED ligadas à bateria são acionadas de forma automática, por um sensor.
O designer fez 50 entrevistas para entender os fatores que afetam a escolha de um poste de iluminação pública. Custo e a manutenção do equipamento surgiram nas respostas como fatores sempre importantes, e Alberes procurou satisfazer essas exigências. “As vantagens desse modelo estão na resistência de sua estrutura e na capacidade de embutir a placa solar fotovoltaica, protegendo-a”, afirma. As lâmpadas possuem garantia de 20 anos de uso e a vida útil das baterias é de 4 a 5 anos. A fiação é oculta. O resultado é uma iluminação eficiente com materiais resistentes ao tempo.
Quanto ao custo, que em geral assusta quando se trata de LEDs e energia solar, o designer argumenta que está caindo, e rápido. Uma placa que hoje custa R$800, há 5 anos custava R$ 3 mil. A lâmpada LED de 20W custa, agora, R$25, contra R$ 150 ou R$ 200 faz pouco tempo. “O investimento volta ao longo do uso, com a economia de instalação e de consumo de energia elétrica”. O protótipo foi construído com mão de obra voluntária por técnicos da UFPE e teve custo total de R$ 3.291,54.
Leia também
Entrando no Clima#41 – COP29: O jogo só acaba quando termina
A 29ª Conferência do Clima chegou ao seu último dia, sem vislumbres de que ela vai, de fato, acabar. →
Supremo garante a proteção de manguezais no país todo
Decisão do STF proíbe criação de camarão em manguezais, ecossistemas de rica biodiversidade, berçários de variadas espécies e que estocam grandes quantidades de carbono →
A Floresta vista da favela
Turismo de base comunitária nas favelas do Guararapes e Cerro-Corá, no Rio de Janeiro, mostra a relação direta dos moradores com a Floresta da Tijuca →