Responsável pela diminuição da biodiversidade nos ecossistemas, a expansão de espécies exóticas invasoras em habitats naturais é um dos grandes problemas globais que, acredite, pode ter início no seu jardim. E a melhor de combater esse exército involuntário é educar os humanos, em geral, responsáveis pela sua mobilização.
As meigas florzinhas mal-me-quer (Chrysanthemum myconis) usadas para ornamentar a sua casa, ou casos mais graves como o caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), introduzido no Brasil em 1988 com fins comerciais e hoje encontrado em praticamente todo o território nacional, são exemplos de espécies que dispersaram-se e dominaram ambientes naturais.
Uma das formas de amenizar o problema é a divulgação de quais espécies requerem cuidados especiais e controle permanente para não se disseminarem. Essa é a intenção do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação, ao atualizar a sua Base de Dados I3N Brasil de Espécies Exóticas Invasoras. “Ela servirá como uma referência para mostrar as espécies que não devem ser usadas desde em projetos de restauração ambiental até em jardins e quintais”, explica Sílvia R. Ziller, fundadora e diretora executiva do Instituto Hórus.
“Montamos uma nova base de dados da estaca zero, mantendo o conteúdo já acumulado e incorporando demandas e sugestões coletadas ao longo de cinco anos de trabalho em mais de 20 países da América Latina” |
A primeira versão do sistema foi desenvolvida entre 2004 e 2005. A rede I3N (rede temática de espécies exóticas invasoras da Rede Interamericana de Informação sobre Biodiversidade – IABIN) financiou o projeto, executado em conjunto pelo Instituto Hórus e pela Universidad Nacional del Sur, na Argentina. Revisada e melhorada para o uso público, o formato atual tem mais opções de consultas e dados. Hoje a lista possui 348 espécies exóticas invasoras e mais de 1.000 novas referências bibliográficas e ocorrências de espécies.
Qualquer um pode colaborar
“Montamos uma nova base de dados da estaca zero, mantendo o conteúdo já acumulado e incorporando demandas e sugestões coletadas ao longo de cinco anos de trabalho em mais de 20 países da América Latina”, conta Ziller. Ela frisa que uma das novidades é a possibilidade dos usuários fazerem buscas combinadas e imprimirem os resultados, o que não era possível na versão anterior.
Pessoas que trabalham com pesquisa e possuem dados sobre espécies exóticas invasoras podem contribuir. “Quem coleta dados com frequência pode receber um login e senha para acessar o sistema diretamente. Qualquer informação recebida passa por revisão técnica antes de ser incorporado à base de dados, e todos aqueles incluídos ficam sempre vinculados à fonte, permitindo que os interessados possam procurar o autor para maiores detalhes”, completa Ziller. A nova base foi lançada há poucos dias, às vésperas do Instituto Hórus completar 10 anos de fundação, no dia 17 de março.
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