Com cores vibrantes e pernas longas, não há registro de avistamento do sapo desde 1924. Essa é a primeira foto do anfíbio “arco-íris”. O que havia anteriormente era apenas um desenho feito em 1920. Por medo da ação de traficantes de animais, os pesquisadores não revelaram o local da descoberta. Apenas informaram que foi feita na noite do dia 12 de junho, e que o sapo estava em cima de uma árvore.
O Ansonia latidisca, ocupava o décimo lugar da lista de animais perdidos da CI. Das quase cem espécies da lista original, apenas 5, incluindo ele mesmo, foram encontradas.
Nesta viagem foram encontrados três indivíduos do sapo desaparecido: uma fêmea adulta, um macho adulto e um juvenil, que variam em tamanho de 51 mm a 30 mm, respectivamente. Todos os três exibiram membros alongados e pigmentação dorsal brilhante.
Agora, a equipe de herpetólogos (especialistas em anfíbios) pretende estudar a espécie por dois anos para melhor conhecer seus hábitos.
Surgiu uma dúvida sobre o ano em que a espécie foi descoberta, levantada pelo leitor de ((o))eco, o biólogo Marco Sena. ((o))eco agradece e aproveita para lembrar que incentiva que os leitores façam contribuições ou corrijam erros. Segue o texto de Marco:
Oi Daniele,
Fiquei bastante interessado pela matéria, e quando fui no olhar no Amphibia Species of the World para mais informações sobre a espécie, constava que a mesma só tinha sido descrita em 1966. Uma possível explicação, quando comentei com um colega, seria que os exemplares foram coletados nos anos 20 e só descritos em 1966. Fui conferir o trabalho original de descrição do Inger. Na introdução, o autor cita alguns trabalhos dos anos 20 sobre a fauna de anfíbios (van Kampen, 1923; Smith, 1925; o ano de 1924, curiosamente, não aparece em nenhum trecho do trabalho). Sobre a época em que o material foi coletado, consta assim: “Beginning in 1950 the tempo of collecting and observing frogs in Borneo increased. Field Museum of Natural History sent four expeditions to Borneo (1950-1964), the Sarawak Museum renewed its old function of sampling the local fauna but at a much more intensive level, and local naturalists, particularly Neville S. Haile, began to make their efforts felt. The result of all of this activity was the accumulation of many specimens and field notes on habitats and habits. The data made necessary at least a taxonomic review of this rich fauna.”(Introduction, p. 5, terceiro parágrafo)
Não tenho idéia de como surgiu essa informação (que a espécie não é vista desde 1924); no trabalho de descrição não há nenhuma indicação que ela tenha sido observada por quem quer que seja antes. No site da IUCN, a página sobre Ansonia latidisca tem como assessores os Drs. Inger (que descreveu a espécie) e Das (que reencontrou-a). E nela, o que se diz é: “There are no estimates of population size. Only two specimens are known and it was last collected over 50 years ago.”
Enfim, todos estamos sempre procurando clareza das informações e foi apenas por isso que escrevi sobre sua matéria. Obrigado pela atenção dispensada, parabéns pela seriedade e disposição de tentar fazer sua matéria o mais correta possível. Cordialmente, Marco Aurélio de Sena — Biólogo Texto original editado em 10 de agosto de 2011 |
{iarelatednews articleid=”24258,24711″}
Leia também
Entrando no Clima#40 – Florestas como forças de estabilização climática
Podcast de ((o))eco fala sobre como as florestas têm ganhado espaço nas discussões da COP 29 →
ONU espera ter programa de trabalho conjunto entre clima e biodiversidade até COP30
Em entrevista a ((o))eco, secretária executiva da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU fala sobre intersecção entre agendas para manter o 1,5ºC →
Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia
Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas →